sexta-feira, 12 de outubro de 2012

'Foi mal, chefe!'


Não adiantaram as preces a Deus ou ao outro - não sei bem a quem essa turma devota sua fé. Não adiantou a pressão midiática para desacreditar a suprema corte, cuja maioria de integrantes foi indicada por eles mesmos, do modo mais republicano possível. Não adiantou a pompa das vestes e do latim dos defensores, que tentaram todos os sortilégios do mundo. O Supremo não se dobrou ao maniqueísmo petralha e fez o que tinha que ser feito. Afinal, reza a lei que crimes devem ser punidos; e crimes, muitos por sinal, houve.

Pena o chefe maior não ter sido arrolado. Ao menos, desta vez. Ele, que prometera tirar todo mundo da enrascada, não pôde contar com a ajudinha que esperava, do além. No máximo, duas inócuas manifestações de vassalagem mal disfarçada.

Dirceu, Genoíno e Delúbio são, aos olhos do STF, criminosos. E, como tal, devem ir para a cadeia. Falta apenas definir o tamanho da temporada. Aí, é natural que o marketing vermelho do sentimentalismo sobressaia, com lágrimas emocionadas aqui e ali e discursos eivados de ódio e preconceito contra os julgadores, em comoventes demonstrações de solidariedade, expressas por aqueles mais próximos da súcia. Mas os fatos estão consumados: os delitos foram comprovados e o julgamento deu conta de definir isso, restando agora alinhavar individualmente as penas.

Uma boa precaução é, neste momento, requisitar os passaportes desses cavalheiros, só para descargo de consciência. São todos pessoas de bem, em suas próprias palavras, mas não convém facilitar a tentação de uma viagem fora de hora, homiziadamente sem intenção de retorno. Seria pôr a perder todo o esforço de anos de trabalho e de exemplar demonstração de idoneidade dos nossos magistrados.

Seria indecente - como o foi a matula - com o Brasil.