segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Lojas, sim. Por que não?


A Polícia Civil está certa em transformar o belo prédio da Rua da Relação (esquina de Inválidos) num museu, com auditórios e espaços comerciais. Como pede aquele pedaço do Centro do Rio de Janeiro, que está em franco processo de requalificação, mormente com a entrega do Centro Empresarial Senado, elegante conjunto de edifícios onde se instalará a Petrobrás.

O Palácio da Polícia Central não tem que virar um memorial da repressão, em se regurgitem tempos que a Lei da Anistia cuidou de adormecer no passado. Transformá-lo em símbolo de uma resistência cuja nobreza é notoriamente contestável é o que pretendem a Comissão Nacional da 'Verdade' (sic) e movimentos de defesa de presos políticos das épocas do governo de Getúlio Vargas e dos governos militares pós-1964.

Não se prostitui a verdade, a verdadeira, sem pagar um preço alto por isso. A História se escreve a tinta, não a lápis. Não podemos permitir que as novas gerações sejam doutrinadas a aceitar esses novos falsos heróis da democracia, de passado sombrio e sem lastro de caráter, que tentam a todo custo reescrever sua vida fora da lei na forma de uma romântica odisseia democrática, com o subterfúgio da inversão de valores e da escamoteação de fatos.

Da mesma forma, o Brasil precisa libertar-se desses pregadores do ódio e do rancor, que vivem do - e no - passado, para angariar simpatia ou, quem sabe, alguns trocados. Pessoas que têm como ocupação diária ruminar sentimentos vis contra grupos escolhidos a dedo, numa perseverança que tende apenas a tornar as vidas desses verdadeiros emissários do inferno cada vez mais infelizes - e seus organismos propensos aos piores dos males.