domingo, 7 de setembro de 2014

Intolerância ou Morte!


Neste Dia da Pátria, quando nos lembramos de quão importante e caro deve ser o conceito de independência, cabe uma breve reflexão do quadro eleitoral relativo à campanha pela presidência da República. Isso, ainda antes da digestão completa da delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobrás, que deve trazer novidades e provocar abalos sísmicos nos píncaros da escala de Hichter, tanto em Brasília quanto dentro da estrutura do Partido dos Trabalhadores (sic). A semana promete.

O candidato Aécio Neves, a melhor opção para o país na minha opinião, definitivamente não decolou. Não por culpa da não homologação da pista do aeroporto de Cláudio (MG), aliás outro daqueles golpes baixos que a petralha gosta de lançar sobre seus opositores. Mas certamente pelo excesso de zelo do PSDB em fazer uma campanha livre do jogo sujo de ataques sistemáticos aos adversários, estratégia da qual o distinto eleitor também já está de saco repleto. Só que a pura apresentação de propostas não está sendo o suficiente. Ou, de repente, paira no ar aquela coisa do telhado de vidro, que traz junto o medo de uma pedra perdida. Os tucanos, enfim, estão com o (grande) bico calado demais.

O medo, a propósito, tem sido o mote de campanha do PT: apavorar os eleitores menos ou nada esclarecidos, espalhando mentiras sobre Aécio e também Marina Silva, querendo fazer crer que qualquer dos dois, se eleitos, porão em risco a segurança de ações em prol do emprego e do amparo à população. E tome a máquina do governo trabalhando para isso.

Marina, herdeira da candidatura de Eduardo Campos, por sua vez, de certo modo disse a que veio. Tem provado que a chapa do PSB estava o tempo todo errada e que ela tinha mais apelo do que ele, perante o eleitorado. O problema de Marina talvez fosse o jeito xiíta da turma da Rede Sustentabilidade, que assusta até mesmo a esquerda. Perdeu-se um pouco de tempo, mas a própria comoção com a morte estúpida de Campos acabou ajudando as coisas a se porem nos lugares certos.

Ocorre que o desejo de pôr fim ao governo do PT, dentre as pessoas de bom senso e um mínimo de caráter, é tão grande que acaba sendo exatamente ela a candidata capaz de aglutinar forças contra Dilma Rousseff. No desespero (a palavra é essa mesmo), que seja Marina, então. Acredito que até os que votam em Aécio Neves têm levado essa possibilidade em conta, se amam, de fato, o Brasil.

O que pode tranquilizar um pouco a nós todos, no tocante a não se conhecer bem as propostas e os aliados de Marina, são notícias de que a candidata tem buscado uma postura humilde de conciliação, no sentido de se cercar de pessoas, das mais variadas correntes ideológicas, com o propósito de levantar o país. Fala-se em ministeriáveis do calibre de José Serra (do PSDB, responsável pela introdução dos remédios genéricos), para a Saúde, pasta da qual já foi titular; e do ex-senador pelo PDT Cristovam Buarque, um fervoroso defensor da educação de qualidade, para a Educação. Até o Clube Militar, que tem suas reservas com relação a Marina Silva, lançou um manifesto favorável à sua escolha pelo voto popular, sem deixar de criticá-la naquilo que considera pertinente.

Enfim, está surgindo, a pouco menos de um mês da eleição, um esboço de união de esforços com o nobre propósito de salvar o Brasil do petismo e de sua sanha, do poder pelo poder, sem limites e sem escrúpulos. A junção de energias aparentemente distintas e inconciliáveis, em prol de uma causa maior, que é o próprio país, quer se sobrepor a um governo dito de coalizão, cuja tática de negociação limitou-se à compra de partidos e votos para servir-se da política em favor de sua perpetuação no poder.

A hora de mudar, finalmente, chegou.