sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Jogo sujo, Estado aparelhado

  
'Esta é uma tarde triste para este STF porque, com argumentos pífios, foi reformada, foi jogada por terra, extirpada do mundo jurídico uma decisão plenária sólida, extremamente bem fundamentada, que foi aquela tomada por este plenário no segundo semestre de 2012.'

A constatação melancólica foi do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, nesta quinta 27, após a reforma das sentenças de oito mensaleiros, em função dos embargos infringentes impetrados. Com a nova decisão da suprema corte, as figuras mais emblemáticas do maior escândalo de corrupção já visto no Brasil beneficiam-se do livramento da condenação por formação de quadrilha, podendo progredir rapidamente de regime, até o aberto, em poucos meses.

José Genoíno e Delúbio Soares ganham a rua ainda este ano. José Dirceu, no ano que vem.

Como brasileiro, respeitador da Lei e pagador de impostos, esse trágico desfecho fez-me sentir como se houvesse levado um sonoro tapa na cara, ou um murro na boca do estômago. Ou ambos. E, ainda por cima, com meus algozes sustentando o sorriso mais cínico do mundo entre os dentes. Adjetivos como o esperado 'lamentável' são eufemismos suaves demais, para tentar definir essa traição perpetrada por alguns dos distintos (?) membros do Supremo.

Está indiscutivelmente patente, com a manobra da reforma das sentenças, que o PT aparelhou um dos últimos baluartes da hierarquia do Estado: a corte mais alta do país. Um a um, desde o início da Era Lula, foram sendo empossados ministros escolhidos a dedo, subservientes à causa petista, de modo a facilitar as coisas para o partido do governo. Nem todos, felizmente, se curvaram, entendendo que sua nomeação dava-se a serviço da pátria, não implicando obediência às ordens dos ocupantes do Poder Executivo. Alguns, contudo, se prestaram ao papel de lacaios do petismo. Na verdade, nem causaram surpresa com isso.

Ainda nos resta uma instância final, talvez a última esperança, à qual nos agarrarmos para frear, em caráter de urgência, a sanha esquerdista que está sufocando o Brasil: as Forças Armadas. Neste momento, porém, ao contrário do que poderíamos imaginar, em vez de os soldados saírem em nossa defesa, cabe antes aos bons brasileiros lutar por elas, repudiando o modo como esse governo as têm tratado. Exército, Marinha e Aeronáutica vêm sofrendo uma sórdida campanha, muito bem orquestrada, por meio de dois flancos: a ausência de investimentos, que está sucateando os recursos materiais e subjugando o moral da tropa; e as ações da Omissão da Verdade, cujo espírito revisionista norteia-se por um viés indisfarçável de revanche, tentando dilacerar de modo amplo e gratuito a honra dos militares. Exatamente aqueles que, cinquenta anos atrás, precisaram intervir nos rumos do país, ante os apelos da população, para evitar que o Brasil sucumbisse à desgraça comunista.

Só mesmo a disciplina, pela qual indefectivelmente se pautam, tem impedido, até o momento, que os militares reajam aos desmandos de sua 'comandanta-em-chefe'. E o PT, que joga e sempre jogou sujo com o Brasil, vem confiando nessa postura, na condução do país rumo ao precipício.

Nosso país está desorganizado, com a economia produzindo resultados pífios, a inflação corroendo nossa riqueza e nossos salários, a corrupção instalada nas entranhas da administração central, a política (inclusive a internacional) relegada a uma atividade desonesta, a violência acuando a nós todos e a incitação de conflitos sociais de toda sorte (pobres contra ricos, patrões contra empregados, negros - e outras etnias - contra brancos, heterossexuais contra homossexuais). Tudo isso nos remete à pior visão possível de futuro.

Mas também nos alerta para a necessidade inadiável de mudar o caminho que temos pela frente, com as eleições de outubro próximo. Necessidade de convencer o maior número possível de pessoas de que é mais do que hora de tirar o PT do comando e salvar o Brasil. E que, para o bem de todos e felicidade geral da nação, isso seja feito pelo voto.

Joaquim Barbosa deixou, por conta disso, uma frase final profética, sobre os rumos do aparelhamento do Estado pelo PT - com a qual este texto se encerra.

'Sinto-me autorizado a alertar a nação brasileira de que este é apenas primeiro passo. Esta maioria de circunstância tem todo tempo a seu favor para continuar nessa sua sanha reformadora. Esta maioria de circunstância (foi) formada sob medida para lançar por terra todo um trabalho primoroso, levado a cabo por esta corte no segundo semestre de 2012.'