quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Heil, Rui!

  
Dignas de asco, as declarações do presidente do Petê nesta quarta 30, por ocasião da primeira reunião da bancada do partido do governo em 2013. Usando de subterfúgios como a defesa de um mercado de Comunicação menos concentrado e a valorização da produção independente, Rui Falcão atacou a imprensa, a quem chamou de 'oposição sem cara'. Sem esquecer, é claro, o Ministério Público, por cuja atuação parece nutrir um ódio sem precedentes. E vai adiante: nitidamente distorcendo a verdade, criticou uma pretensa antecipação da campanha eleitoral pela oposição, que visaria a atingir a presidente - esquecendo-se de que, em suas recentes visitas ao Nordeste, foi ela quem se valeu de cerimônias de entrega de obras como palanque eleitoral, antecipando, através dos discursos de governadores e deputados da base aliada, sua candidatura à reeleição em 2016.

Estivesse o Petê na oposição, decerto acusaria a candidata precoce de crime eleitoral.

A gana de Falcão (continuo achando que falta uma cedilha aqui...) é exatamente contra quem saiu em defesa do país, quando eclodiu o escândalo do mensalão. Sem oposição parlamentar estruturada, fato bem lembrado pela vice-presidente da Associação Nacional de Jornais, Judith Brito, criticada por ele, coube à mídia fazer-se a voz da população, clamando por justiça. Ademais, que fique claro que nas verdadeiras democracias, a imprensa exerce - e deve mesmo fazê-lo - a prerrogativa de ter opinião própria, como a têm os cidadãos, individualmente, a favor ou contra o governo, conforme fatos determinados ou por marcada posição ideológica, sem que isso represente manifestações de subserviência ou antagonismo sistemático.

Aliás, jornais à esquerda manifestam abertamente sua opinião editorial e não são criticados por isso. Já os de centro ou de direita são constrangidos a não expressá-la. Curiosa, essa democracia...

Mas fato é que o Brasil transformou-se, lamentável e perigosamente, no país de um partido só. Há dez anos, a fogueira das vaidades (predominante nos partidos maiores) e o descompromisso venal (praticado pelas pequenas legendas) têm aberto campo para a autocracia do Petê. A estrela vermelha fala sempre mais alto e, de um jeito ou de outro, no verbo ou nos cobres, cala a todos, a qualquer custo.

Por pavor de perder o poder, já que outras coisas como a vergonha e os limites se foram há tempos, essa esquerda nociva tenta inverter a lógica e credita a seus opositores a responsabilidade por termos hoje uma política desqualificada. E ainda alertando que eles - os opositores - devam ser combatidos, sob pena de descambarmos para 'o nazismo e o fascismo', extremos que seu partido, o mais corrupto da história do Brasil, finge arvorar-se em combater.

Em suma: existem dois pontos importantes claramente defendidos pelo bando de Lula: o controle da imprensa e o amordaçamento do Ministério Público. Some-se a isso uma intensa campanha desarmamentista, curiosamente defendida por gente que se armou, no passado, contra o próprio Brasil. Veja-se bem: sem imprensa, sem MP e sem armas, e ainda com a miséria controlada doutrinando a consciência e o sufrágio de milhões de brasileiros nos mais variados rincões, somos presas fáceis para o totalitarismo de um reich petista a perder de vista.

Nunca, na história desse país, estivemos tão carentes de heróis, que possam nos devolver, minimamente, um estado de direito. E agora, quem poderá nos defender?

(Por favor, ele não!)